
Nos últimos anos assistimos a uma evolução tecnológica e as crianças e adolescentes passam muito mais tempo em frente a um ecrã, seja no telemóvel, tablet, computador ou televisão. A recente situação pandémica só veio acentuar ainda mais a utilização de aparelhos eletrónicos. Se por um lado, estes são muito úteis no dia-a-dia e permitem o contacto com familiares e amigos distantes, a realização de teleconsultas, assistir a aulas à distância e divertirem as crianças, por outro lado não podemos ignorar os malefícios que um uso excessivo provoca.
Consequências
Muitos estudos científicos mostram a associação entre o tempo de ecrã excessivo e os seguintes problemas:
Dificuldades de Sono Depressão Dificuldades de atenção Ansiedade Atraso no desenvolvimento da linguagem Excesso de peso e obesidade Dificuldades de aprendizagem Problemas de auto-estima Dificuldades de socializaçãoCausa ou Efeito?

A utilização excessiva de aparelhos eletrónicos pode também ser consequência de perturbações psiquiátricas. O tempo diário passado em frente a um ecrã é maior nos jovens com Autismo, Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção, Ansiedade Social e Depressão. Por isso, é muito importante a avaliação médica para descobrir potenciais causas e serem desenvolvidas estratégias para melhorar o problema.
Como gerir o tempo passado em frente ao ecrã?
A gestão do tempo de ecrã das crianças e adolescentes não é tarefa fácil e deve ter em consideração os aspetos de cada família e de cada criança. Mesmo não havendo uma solução ideal para todos, partilhamos algumas das orientações da Associação Americana de Pediatria e da Associação Americana de Pedopsiquiatria:
- Até aos 18 meses, o uso de tecnologias deverá ser limitado a videochamadas (familiares distantes, teleconsultas, etc) e sempre na companhia de um adulto.
- Entre os 2 e os 5 anos, o tempo máximo de aparelhos eletrónicos não deve exceder 1h por dia. É importante que os programas sejam vistos com adultos, que os conteúdos sejam temas de discussão e que se estabeleça ligação entre o mundo real e o mundo virtual.
- Entre os 2 e os 5 anos, o tempo máximo de aparelhos eletrónicos não deve exceder 1h por dia. É importante que os programas sejam vistos com adultos, que os conteúdos sejam temas de discussão e que se estabeleça ligação entre o mundo real e o mundo virtual.
- A partir dos 6 anos, as orientações focam-se em encorajar atividades físicas, jogos e leitura e limitar o tempo de atividades em frente a um ecrã.
- Familiarize-se com os programas que interessam às crianças e verifique se o conteúdo é adequado à sua idade
- Deverão ser usados programas de controlo parental
- Fale com a criança sobre o que é visualizado: elogie bons comportamentos das personagens, explique sentimentos, tire dúvidas que possam surgir
- Tenha atenção a publicidade e à exposição a conteúdo negativo (violência, bullying, vídeos que inspiram comportamentos perigosos, etc)
- Promova o desenvolvimento de hobbies que não envolvam tecnologias (desporto, pintura, teatro, música, etc)
- Estimule a criatividade e o tempo de qualidade em família a partir do uso de tecnologias: estimule a criança a contar uma história acerca de um desenho animado, fale sobre auto-estima, inventem juntos uma coreografia, etc
- Eduque a criança em relação à segurança e privacidade online
- Dê o exemplo!
- Durante as refeições, não é recomendado o uso de tecnologias
- Os aparelhos eletrónicos devem ser desligados 30 a 60 minutos antes da hora de dormir
Mais qualidade e menos quantidade

As tecnologias apresentam inúmeros benefícios, sem sombra de dúvida. Para o ajudar a melhorar a exposição do seu filho às novas tecnologias, tenho em conta as seguintes sugestões: